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Três grandes paradigmas da compreensão psicológica

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Numa consulta, a compreensão psicológica do indivíduo implica uma atitude de investigação por parte do psicólogo tendo por base um constructo teórico e a questão: quais os processos psicológicos inerentes ao funcionamento da mente da pessoa que está à minha frente?

Esta compreensão psicológica pode ser feita formas diferentes e originam três grandes tipos de intervenção diferentes:

1. PSICOLOGIA COGNITIVA - Paradigma dominante em termos mundiais, que deu origem a um conjunto de intervenções terapêuticas passíveis de verificação empírica. A mente é encarada como um objecto de estudo científico, como um processador de informação, existindo uma analogia com os computadores. A psicologia cognitiva abrange como principais objetos de estudo a percepção, o pensamento e a memória, procurando explicar como o ser humano percebe o mundo e como utiliza o conhecimento para desenvolver diversas funções cognitivas como: falar, raciocinar, resolver situações problema, memorizar, entre outras. Jean Piaget é um os principais representantes da psicologia cognitiva.

2. PSICOLOGIA DINÂMICA – Baseada na Psicanálise, uma técnica específica de tratamento de perturbações psíquicas assente na teoria da estrutura e funções da personalidade descoberta por Sigmund Freud e continuamente desenvolvida por outros psicanalistas. Assenta no postulado do inconsciente. A
mente é concebida como uma espécie de iceberg. A mente é dinâmica pois nela existem um conjunto de forças em conflito. Desde o nascimento o ser humano é submetido a ininterruptos acontecimentos, emoções, experiências, muitas delas esquecidas e remetidas para o inconsciente, mas que para além
dos factores genéticos e orgânicos, influenciam positiva e negativamente a nossa personalidade. Trata-se de um paradigma muito forte pois tem a vantagem de ser muito completo: todas as patologias podem ser compreendidas à luz da teoria psicanalítica.

3. FENOMENOLOGIA – Deriva da filosofia e deu origem a dois ramos paralelos, mas distintos: o americano (Humanístico) e o europeu (Existencial). A fenomenologia afirma a importância dos fenômenos da consciência, os quais devem ser estudados em si mesmos – tudo que podemos saber do mundo resume-se a esses fenômenos. Trata-se de um método usado para entender a vivência do paciente no mundo em que ele se encontra e como o paciente se percebe nesse mundo. Heidegger é um dos principais representantes da fenomenologia.

19 de Novembro de 2013

Ana Charro Garcia
Psicóloga Clínica
Psicoterapeuta